O Dr. Edward Bach (1886-1936) era um médico
com ideias avançadas para o seu tempo. Ao longo da sua curta carreira, evoluiu
da medicina ortodoxa para o desenvolvimento de uma forma de medicina natural
para tratar a saúde emocional e espiritual, muito em sintonia com as tendências
da saúde natural de hoje.
Passou grande parte de sua vida (entre
1918-1935) descobrindo seu sistema simples de 38 essências florais. Ele estava
convencido de que o bem-estar emocional era a chave para a boa saúde geral e
seu sistema assimilou o estado de espírito positivo das flores, permitindo-nos
redescobrir o lado positivo de nós mesmos.
Nascido em 24 de setembro de 1886, de origem galesa, ele era uma criança intuitiva, delicada, cheia
de vitalidade, com um grande amor pela natureza. Deixou a escola aos 16 anos e
passou três anos na fundição de latão do pai, em Birmingham, a fim de pagar os
seus estudos de medicina.
Os primeiros anos de carreira do Dr. Bach
foram ao mesmo tempo convencionais e bem sucedidos. Em 1912 diplomou-se pelo
University College Hospital (UCH), onde se tornou médico encarregado das
urgências (Casualty Medical Officer) em 1913; ainda nesse ano, tornou-se
cirurgião de urgências (Casualty House Surgeon) no National Temperance
Hospital.
Uma doença, em 1913, levou-o a desistir do
posto de cirurgião do Pronto-Socorro. Quando se recuperou, abriu um consultório
em Harley Street. Então interessou-se pela escola da imunidade e assumiu um
posto como bacteriologista assistente. Durante esse período, produziu novas vacinas,
que obtiveram bastante sucesso.
Desde muito cedo, o Dr. Bach
tinha percebido que a personalidade e as atitudes das pessoas afetam o seu estado de saúde.
Passava muito tempo estudando
intimamente cada paciente, comprovando para si mesmo muitos fatos interessantes
a respeito das doenças. Uma conclusão a que chegou foi de que o mesmo tratamento
não curava a mesma doença. Decidiu que a personalidade do
paciente era mais importante do que os sintomas e deve ser
tida em conta no tratamento médico.
Ele tornou-se cada vez mais
insatisfeito com os limites da medicina convencional e a sua focalização na
cura dos sintomas. Acreditando que o tratamento eficaz devia concentrar-se nas causas da doença,
decidiu seguir o seu interesse pela imunologia e tornou-se Bacteriologista
Assistente no UCH em 1915. Anos de registros de seus estudos a respeito de
pacientes, juntamente com seu enorme conhecimento de uma pesquisa original em
bacteriologia, levaram-no, vinte anos mais tarde, a descobrir um novo sistema
de medicina.
De 1919 a 1922, trabalhou como
patologista e bacteriologista no London Homeopathic Hospital (Hospital
Homeopático de Londres). Enquanto aí esteve, ficou surpreso pelo fato de Samuel
Hahnemann, o fundador da homeopatia, ter reconhecido a importância da
personalidade na doença, 150 anos antes. Combinando estes princípios com os
seus conhecimentos da medicina convencional, desenvolveu os Sete Nosódios de
Bach, que são vacinas orais baseadas em bactérias intestinais que purificam o
trato intestinal, com efeitos notáveis na saúde geral do paciente e em estados
crônicos difíceis.
Ele mantinha o seu consultório de
Harley Street e tratava os pobres gratuitamente em
Nottingham Place.
No seu pouco tempo livre,
procurava métodos mais puros e simples de cura. Embora a comunidade médica
tivesse adaptado as suas vacinas, que ainda continuam a ser utilizadas ainda
hoje por alguns homeopatas e outros médicos, ele não gostava do fato de se
basearem em bactérias e estava ansioso por substituí-las por métodos mais suaves,
possivelmente baseados em plantas.
Em 1928, no decorrer de um jantar, teve uma
revelação. Observando os convidados, compreendeu que pertenciam a tipos
distintos. A partir daí, chegou à inspirada conclusão de que cada tipo reagiria à doença de
uma maneira particular. Nesse Outono, visitou o
País de Gales e trouxe com ele duas plantas, Mimulus e Impatiens; preparou-as
como o fazia com as vacinas orais e receitou-as de acordo com a personalidade
do doente, com resultados imediatos e coroados de êxito. Nesse mesmo ano,
acrescentou a Clematis. Com estes três florais, ele estava no limiar de
desenvolver um sistema de medicina inteiramente novo.
Na Primavera de 1930, com 43 anos de idade, o
Dr. Bach encerrou o seu laboratório e consultório e foi para o País de Gales,
devotando todo o seu tempo na busca de remédios à base de ervas, na
natureza.
Durante seis anos assim procedeu, encontrando
alguns remédios a cada verão e curando pessoas doentes no inverno. Usava apenas
as flores das plantas e árvores.
Quando numa manhã caminhava por um campo
coberto de orvalho, compreendeu subitamente que cada gota desse orvalho,
aquecida pelo sol, adquiria as propriedades curativas da planta na qual se
encontrava depositada. Isto o inspirou a desenvolver um método de preparação de
florais utilizando água pura.
Mais para o fim de 1930, escreveu a curta
obra “Cura-te a Ti Mesmo” (Heal Thyself), com a sua mensagem de que a doença física resulta de um
conflito com os nossos desígnios espirituais. Este livro foi publicado em 1931 e
continua a ser reeditado desde então.
Sua descoberta igualmente
revolucionária, detalhadamente desenvolvida
pela íntima observação dos indivíduos, foi a de que não era a doença que precisava
ser tratada, mas o estado de humor e as características da personalidade do
paciente.
Ele continuou a trabalhar, a ensinar e ao
mesmo tempo a formar assistentes que continuassem o seu trabalho. Assim que
acabou de criar os 38 florais e o Rescue Remedy, viu que não eram necessários
mais florais; os 38 florais cobriam todos os aspectos da natureza humana e assim
todos os estados de espírito negativos subjacentes à doença.
No final de Novembro de 1936, morreu, enquanto
dormia. Confiou a plena responsabilidade pela continuidade do seu trabalho aos
amigos e colegas que tinha formado. E pediu também que a sua casa continuasse sendo fonte de informação sobre a sua obra.
Por isso, ainda hoje, o Bach Centre em Mount Vernon mantem
todo o trabalho iniciado e desenvolvido por Eduardo Bach dentro das tradições e princípios de pureza,
simplicidade e integridade.
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